O ativista e jornalista americano Michael Shellenberger expressou surpresa com a legislação brasileira sobre liberdade de expressão durante uma entrevista ao Estadão. Embora tenha vivido no Brasil por 20 anos, período em que vigorava a Constituição de 1988, Shellenberger questionou o fato de que não pode haver desinformação sobre as eleições no país. Ele acredita que as palavras são diferentes das ações e que a liberdade de expressão é um direito fundamental para os seres humanos.

Palavras x Ações

A entrevista aborda a diferença entre as palavras e as ações. Shellenberger afirma que a falta de provas sobre acusações eleitorais graves, como fraude na votação, não impede que o presidente Trump ou o presidente Bolsonaro tenham o direito de dizer que ganharam e foram roubados. Ele acredita que a solução para a desinformação é mais informação e que a liberdade de expressão é um direito de todos os seres humanos. Para o ativista, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não deve regular a desinformação no pleito.

Liberdade de Expressão

Shellenberger vê “medo das palavras” na atual conjuntura brasileira e considera que as palavras não são violentas, são apenas palavras. Ele sugere a criação, no Brasil, de uma “Primeira Emenda” aos moldes da Constituição dos EUA, que versa sobre a liberdade de expressão, em um conceito muito mais amplo que o brasileiro. O ativista afirma que “as Constituições são diferentes, mas ambas vedam censura de natureza política, ideológica e artística.”

Desinformação

O ativista entende que a desinformação existe em todas as áreas, incluindo política, meio ambiente e saúde mental. Para ele, a solução para tratar esses problemas não é a censura, mas sim o acesso à informação correta. Ele considera que é necessário haver liberdade de expressão para se lutar contra o racismo, o ódio e para mostrar que todos nós somos seres humanos. Segundo Shellenberger, a liberdade de expressão é crucial para se promover mais entendimento, solidariedade e empatia.

Recomendações

Na entrevista, Shellenberger também é questionado sobre a criação de uma “Primeira Emenda” no Brasil e se ele acredita que o ex-presidente que fez ataques às urnas e foi condenado por isso pode ter influenciado as eleições. O ativista afirma que existe um medo das palavras, que a liberdade de expressão é um direito fundamental e que as palavras não são violentas. Ele recomenda que sejam deixadas as palavras livres e que se confie no próprio povo. Além disso, ele destaca a importância da segurança física no Congresso e acredita que a liberdade de expressão é essencial para proteger as eleições.

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